Fiquei algum tempo sem postar. Queria aparecer aqui e falar sobre o cinema, a língua portuguesa, a viagem a Lisboa. Mas hoje não. Tudo isso parece um pouco distante diante dos últimos acontecimentos.
Não, eu não a conhecia. Mas a gravidade da situação, a sua proximidade, o fato de ser tão inesperado chocou a todos nós. Nas cozinhas, nos quartos de Santa Tecla, conversamos sobre o jantar da cantina, o micro-ondas avariado, as primeiras provas, as últimas viagens, mas o assunto sempre volta às nossas mentes. E o silêncio, e as conversas sussurradas.
Parece estranho deixar passar este momento sem dizer nada. Porém, não falarei aqui sobre notícias e fatos, os jornais estão aí para isso. Nestas horas, temos a poesia.
Memória
Amar o perdido
deixa confundido
este coração.
Nada pode o olvido
contra o sem sentido
apelo do Não.
As coisas tangíveis
tornam-se insensíveis
à palma da mão
Mas as coisas findas
muito mais que lindas,
essas ficarão
Carlos Drummond de Andrade
E a vida segue.
Gosto tanto do Drummond.Gosto tanto desse poema. E gostei muito do texto também!
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