BRAGA

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BRAGA - Vista do Santuário de Bom Jesus do Monte

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

E como foi que eu cheguei aqui?

Eu sempre acreditei que pra você ser completo, pra você ser genuinamente feliz, você tem que conhecer o mundo. Me parece uma lógica muito simples: você pode estar feliz onde você está, ou achar que aquilo ali é felicidade, mas de repente uma coisa que tá do outro lado do mundo é que vai fazer você sentir aquela sensação incrível que vem subindo, faz seu braço tremer e os pelos arrepiarem e explode numa risada numa hora aleatória ou extremamente imprópria. E de repente não é, e ai você volta pra casa com esse peso a menos na consciência. Pelo menos você sabe.
Mas falar é uma coisa que eu faço bem. Sou daquelas pra sentar e tricotar por umas boas horas. A prática já envolve todo um outro ponto de vista do assunto, um bom planejamento e né, a ação. Eu nunca fui de agir, de ir lá e fazer e falar 'pô, meti a cara e fiz e deu certo, que sucesso.' Por que agir envolve tomar decisões, e eu sou nula nessa área, e envolve a possibilidade de dar errado. E eu não gosto de estar errada.

Então como que eu vim parar em Portugal, né? Empurrada. Ou puxada pela mão, como queiram.
Que fique claro que isso não quer dizer à contra-gosto. Quer dizer que eu deixei todas as decisões difíceis nas mãos dos outros, principalmente da linda da minha irmã. Ela que fez a maior parte da ação nesse processo todo, desde ir atrás do meu ranking e histórico sujo pra eu poder participar do processo seletivo até decidir que albergue a gente iria ficar no 1º mês até as aulas começarem. Ajudou a prevenir a auto-sabotagem, essa companheira perversa. (E não é que eu não tenha tentado me boicotar, acreditem, eu tentei. Não conscientemente, embora eu soubesse bem o que eu não estava fazendo. Até o último segundo minhas malas não estavam prontas, meus documentos não estavam prontos, eu não estava pronta.)
Ajuda a tirar a culpa também. Se não desse certo, não era eu a errada, eu nem tava mexendo com isso.

Mas deu certo, e cá estamos. E agora a gente tem uma vida inteira pela frente e ela tá acontecendo bem aqui, na minha frente. Num quarto novo, numa cidade nova. Um novo país do velho continente.
Por enquanto as decisões mais difíceis foram a cor do tapete e o desenho do prato, então eu to tranquila. Ajuda bastante o fato de eu estar com a minha irmã e a gente ter chocolate e uma garrafa de Baileys - boas aquisições do free shop é nossa especialidade.
E esse foi o meu primeiro passo à procura daquela sensação que das poucas vezes que eu senti, a maioria foi ou lendo um livro ou com um fone no ouvido e a cabeça na estratosfera, imaginando um futuro onde eu teria visto o mundo, seria completa e estaria genuinamente feliz.
Como já dizia alguém do passado, o futuro é a gente quem faz.

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